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  • quarta-feira, novembro 02, 2005

    quarta-feira, novembro 02, 2005

    A REVOLTA DOS PASTEIS DE NATA

    Nem tudo o que se diz, ou tudo o que se faz, se faz bem numa vida.
    Mas, se valorizamos a voz do povo, temos que a saber ouvir e não assobiar para o lado.
    Ser militante de um partido político é, acima de tudo, - se se for coerente - compartilhar dos valores, princípios e objectivos desse mesmo partido, mas é também, respeitar as regras partidárias, a forma de organização, a decisão democrática da maioria, pois só é militante quem quer e não quem é obrigado.
    Serve a presente para dizer que, quando se tomam opções políticas, não podem elas ser balizadas apenas pelas convicções pessoais, sob pena de não fazer sentido estar num partido político, têm elas que, na essência estar de acordo com a orientação do partido, sem ferir o mais intimo dos princípios que defendemos.
    Caso assim não seja, então, um partido político pode não ser o melhor local para quem não aceite, nem respeite, estas regras.
    Por isso, a disciplina de voto faz sentido, como faz sentido reunir antes das Assembleias e da Vereação para delinear posições a assumir perante questões essenciais.
    Além disso, o regime democrático demonstra que a forma de expressar uma posição pode ser feita de variadas maneiras, votando, abstendo-se, votando em branco ou votando nulo.
    Todas elas têm um reflexo e, de todas elas, só não respeito o voto nulo, porque de significado pouco consentâneo com a democracia.
    Quem não se revê no sistema ou nos seus actores não vota, pelo descrédito que lhe merecem os mesmos.
    Quem acredita no sistema mas não se revê em nenhum dos programas ou pessoas que se apresentam a votos, ou naquilo que elas representam, não abdica do direito inalienável de votar, votando em branco.
    Quem se identifica com a pessoa, com o programa ou com o partido, vota nele, expressando de forma livre e democrática o seu sentido de voto.
    Quando, na tomada de posse da Assembleia Municipal, o PSD não apresenta lista, fá-lo de forma consciente, depois de uma reunião onde compareceram quase todos os eleitos do partido para a Assembleia, e onde, discutida a questão, se entendeu não apresentar lista e votar em branco.
    O Voto branco é o voto absolutamente inequívoco de quem concorda com o sistema mas não se revê no candidato.
    Pina Moura, disse-o e repito-o, foi o candidato invisível e vai ser o Presidente da Assembleia invisível, pois esta luta politico-partidária de Seia não lhe diz nada.
    Votar nele é votar em que nos faltou e vai faltar ao respeito, não tendo aparecido na campanha, nem indo aparecer em muitas Assembleias, sempre com justificação, claro, para não perder o mandato.
    Votar nele é votar em alguém que fez o frete de nos vir aturar.
    É votar em alguém que só é presidente da Assembleia Municipal porque Eduardo de Brito quis impedir que fosse André Figueiredo, o único que no PS lhe faz frente.
    Se não fosse isso, ele nem presidente da Assembleia era, porque o não queria ser, segundo se consta no PS.
    Votar em alguém que não faz campanha, que só é presidente para impedir que outro seja, é aplaudir esta estranha forma de deturpar o sistema e de desrespeitar pessoas como eu que têm orgulho em ser deputados municipais e que entendem que a Assembleia deve ser valorizada pois a mesma, se funcionar, pode cumprir um papel relevante no debate do futuro do concelho.
    Acima de tudo, o único voto responsável é o voto em branco, porque respeita o sistema e critica a deturpação que alguns fazem dele.
    Isto sim é ser coerente com as convicções, com as decisões do partido, com a disciplina da maioria e com o significado do acto.
    Quem não comparece, para poder propugnar posição diversa, e depois critica posição tomada, carece de legitimidade partidária para o fazer.
    E se o faz, uma vez mais, porque lhe apetece, fá-lo contra o que é ser militante de um partido.
    Por isso João Tilly, não tem razão neste ponto, como noutros, tendo razão noutros pontos, que não estes, o que não lhe dá o direito de actuar sozinho, quando, para ser eleito, o foi por um partido que não é uma barriga de aluguer, porque nem sequer foi como independente pelo PSD, foi pelo PSD, como militante, e essa condição impões obrigações.
    Quanto às questões da derrota, também algo há a dizer, mas não neste post.
    Fica para o próximo.
    Nuno Almeida

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    1 Comments:

    Blogger João Tilly said...

    Caro Nuno:
    Lamento que tenha dado uma volta tão grande para dizer apenas isso.
    A sua partidarite obsessiva impede-o de ver claro, o que volto a lamentar.
    A minha crónica no PE é escrita no âmbito de uma análise do momento político na condição de comentador que sou desde 2000. A parte final é que é estritamente pessoal, porque não posso falar de mim sem falar de mim.
    Mas aquilo não é um texto pessoal num blog. E não é o deputado municipal João Tilly que zurze no PSD. É o comentador de política acreditado pelo jornal, que por acaso também é deputado municipal pelo PSD, que trata uma atitude estranha e talvez menos pensada, tomada pelos deputados da bancada do PSD. E explica porquê.
    Em Seia ninguém consegue fazer esta destrinça, fruto do tal déficit democrático que pelos vistos não é apenas apanágio do PS.

    Veja este exemplo:
    Você é advogado. E se for constituído réu num processo, também é advogado (e autor, já agora) ao mesmo tempo?
    Claro que não. Mas defende-se enquanto réu e depois comenta o que se passar em julgamento segundo o seu prisma de advogado, ou não?
    Eu fiz o que a minha consciência me ditou na AM enquanto deputado. E depois critiquei a V. posição enquanto comentador.

    Um Partido político normal, num regime democrático consolidado é tudo menos o DOGMA, ou a Sociedade Secreta inexpugnável que tem que se colocar acima de tudo, como você pinta no seu texto.
    Nada disso.
    Colocar o que se pensa ser os «interesses» do PSD à frente dos intereses de Seia é algo que eu nunca farei.
    E quem o fizer está redondamente errado.
    Já agora também o informo que ninguém me transmitiu em nenhum momento que havia um sentido de voto. E tiveram muito tempo para isso que eu estive lá desde o início. Se mo tivessem transmitido também teriam que mo explicar. Para que eu o compreendesse. Porque eu, se calhar infelizmente, não sou apenas mais uma ovelha marcada com um símbolo qualquer que vai atrás do rebanho da mesma cor, como toda a gente bem sabe.
    E explicar-me aquele sentido de voto foi coisa que ninguém ainda conseguiu; e muito menos este seu texto rebuscado que se esqueceu do principal:
    É que se de facto o PSD não queria o Pina Moura como Presidente, o que eu concordo plenamente dado o caracter esperadamente invisível do Presidente, MOSTRAVA-O com clareza à Assembleia, apresentando o seu próprio candidato.
    Perdia, pois claro, COMO PERDERÁ TODAS AS DEMAIS VOTAÇÕES, mas mostrava que estava a jogar o jogo democrático e que tinha proposta para apresentar.
    Mostrava que é um partido activo e interveniente e não um Partido que nem faz nem quer que se faça.
    Isso que o PSD fez chama-se anarquismo puro.
    E eu não sou anarca.
    Desculpe lá.
    João Tilly

    3:30 da tarde  

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