A BIRRA DE SOCRAS

O plano tecnológico, grande baluarte da candidatura de José Sócrates ao governo de Portugal, já teve, desde o seu início, vários coordenadores. Ainda há bem pouco tempo, ainda antes de ele ser apresentado, o coordenador do mesmo demitiu-se por divergências com o Ministro que Tutela o plano, ou seja, com o Ministro da Economia, Manuel Pinho, ao ponto de o Primeiro-Ministro ter passado a gestão do plano tecnológico directamente para ele. Agora percebemos porque se demitiu o coordenador, José Tavares, depois de ter feito o trabalho de casa. Tudo gira à Roda do MIT. O MIT- Massachusetts Institute of Technology, que é só um dos melhores centros de investigação e conhecimento do mundo, tem um projecto para Portugal. Esta universidade, segundo o Correio da Manhã, é a que, no mundo, mais prémios Nobel já produziu até hoje, facto que diz bem da valia da Universidade e que devia levar o governo a proporcionar ao MIT todas as condições para que o projecto venha mesmo para Portugal e não para outro lado qualquer. Aparentemente esse projecto do MIT para Portugal, pronto que está na Mesa de Sócrates, não avança, não tem o aval do governo, porque um Ministro - e não vejo outro que não seja o da economia - é contra o dito projecto, sabe-se lá porquê. Porque um Ministro não gosta de um projecto, o país sofre. Ora ontem, o corajoso ex coordenador do plano tecnológico questionou José Sócrates acerca da paralisação desse projecto. Sócrates, irritado com a coragem do ex coordenador em lhe perguntar que era feito do projecto, respondeu de forma arrogante “É o Governo que decide e anuncia o projecto, não um funcionário público”. Para além do desrespeito, já sobejamente conhecido, pelos funcionários públicos, a arrogância da resposta demonstra a pouco confortável situação em que foi colocado, em face de uma birra de um ministro seu e que até ontem não era pública. Contudo, como lhe deu guarida, a birra agora é sua também. E Portugal não precisa de meninos mimados que fazem birras…