ELES NÃO TÊM EMENDA

Está visto que as eleições não serviram de nada a Sócrates e ao governo socialista, pois continua a insistir em manter no lugar quem não deve e a tentar demitir quem deve lá ficar. Acabo agora de saber que o governo quer reconduzir o Governador do Banco de Portugal. Este cargo é ocupado pelo período de cinco anos, não podendo ser demitido das funções (a não ser em casos excepcionalmente graves), em face da necessidade de estabilidade do operador nacional que trabalha com o Banco Central Europeu. Ora Constâncio já lá está há cinco anos e não deixa muitas saudades. Para além dos comunicados a jeito do PS quando este estava na oposição (já foi líder do PS), alertando para riscos de políticas dos Governos PSD/CDS, ao triste espectáculo da comissão do défice, qual fato à medida, das necessidades de dramatização do Governo, o governador do Banco de Portugal demonstrou já que não é isento nem independente, quando o devia ser. Além do mais, apesar de apregoar mundos e fundos para o controlo de défice nunca se lhe ouviu uma palavra sobre os mirabolantes ordenados pagos no banco de Portugal a Governador e outros, para além das mordomias de carros e outras benesses, nem propôs nenhuma medida que reduzisse esses gastos absurdos e injustificáveis do Banco de Portugal. Sempre pensei que o governo de Sócrates tivesse percebido (apesar de o não reconhecer publicamente) que estas eleições também tiveram alguns votos de descontentamento face à forma de actuação do Governo. Mas parece que não, nem dois dias passaram e já se reconduzem os acólitos, que ajudam a justificar políticas, sob a capa de uma independência que não existe, aturando areia para os olhos das pessoas. Sr. Engenheiro, deixe-se disso, não viu já que os portugueses não são estúpidos?