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  • segunda-feira, dezembro 05, 2005

    segunda-feira, dezembro 05, 2005

    O QUE SERIA DE MÁRIO SOARES...

    Mário Soares era um acérrimo opositor de Sá Carneiro, homem que recusou aderir ao PS a convite de Soares, fundou, com outros, o seu próprio partido e, em aliança o CDS e com os PPM, formou a AD que derrotou a esquerda, e em particular Soares, ascendendo a Primeiro Ministro. Foi a primeira grande derrota política de quem, já nessa altura, como agora, se achava dono de Portugal. Com Sá Carneiro foi formada a primeira maioria absoluta no governo. A esquerda achava isso intolerável. Não aceitavam que houvessem eles derrubado o regime (se não fossem eles seriam outros) para a direita governar. O governo não podia ser deitado abaixo como os anteriores, por ser maioritário. Neste contexto são o chefe do governo e o seu ministro da defesa assassinados numa queda de uma avião que os levaria ao Porto. Mário Soares definharia na oposição contra um homem de firme carácter e ideais muito precisos que defendia o país acima dos partidos e dos seus interesses. Portugal em primeiro lugar, depois os partidos. Soares sempre pensou, ao contrário do que diz, no PS em primeiro lugar, depois nos interesses de Portugal, sendo esta sua candidatura presidencial a prova disso mesmo. Sá Carneiro, com o seu carisma, com a sua tenacidade e com a sua coragem, governando maioritariamente, acabaria com Soares como político. Soares chegou onde chegou porque Sá Carneiro morreu. Não quero com isto dizer que ele é o culpado da sua morte, quero sim dizer que Soares nunca se conseguiria comparar em qualidades políticas e pessoais ao peso pesado chamado Sá Carneiro, pelo que, a sua morte deu espaço a Soares para atacar o poder, uma vez que a direita, órfã do seu líder, não tinha condições para se reorganizar e lutar com uma esquerda que ainda impregnava o Estado. Hoje assistimos à morte política de Mário Soares, 25 anos depois da data em que deveria ter ocorrido. Se Sá Carneiro não tivesse sido assassinado, Soares não era ninguém em Portugal, não passaria de uma a memória longínqua de alguém que lutou, como tantos e tantos e tantos outros contra a ditadura, mas que, ao contrário dele, nunca fizeram disso alarde por respeito pela pátria pela qual se lutou. Se Sá Carneiro não tivesse sido assassinado, Portugal teria obtido a estabilidade das maiorias absolutas cinco anos antes da estabilidade conferida pelas maiorias de Cavaco Silva. Se Sá Carneiro não tivesse sido assassinado, teríamos com certeza um país diferente, um pais melhor, um país mais evoluído pois não teríamos estado sujeitos à governação de Soares que deixou o país no estado em que Cavaco o encontrou, com salários em atraso, com crise generalizada em todo o pais, com a inflação e os juros a 30%. Se Sá Carneiro não tivesse sido assassinado, Soares estaria morto e enterrado, politicamente falando. Como foi assassinado, foi preciso esperar 25 anos, e com que preço para Portugal, para que a morte política de Mário Soares fosse uma realidade. Sê-lo-á a 22 de Janeiro de 2006. Finalmente.

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