MAIS UMA PROMESSA ABORTADA

De tantas que já lá vão e já ninguém consegue contar, cá vai mais uma promessa abortada.
Dizia Sócrates que a questão do aborto seria referendada.
Era criticado pelo PCP pelo facto de não levar o assunto à Assembleia de República, críticas Às quais se defendia dizendo que o referendo ao aborto estava no programa do governo e que não podiam faltar ao prometido aos eleitores.
Agora que “cheira” que o Tribunal Constitucional não vai deixar passar aquela artimanha da “nova sessão legislativa”, começam logo a atirar para o lixo o programa do governo, as promessas eleitorais, e já admitem levar a questão à AR.
O que é certo é que as pessoas não votaram nele, entre muitas outras falácias, por ele ir “decretar” o aborto, votaram porque o ia referendar, o que significa que muitas pessoas contra o aborto, votaram nele, porque sabiam que poderiam exprimir a sua sensibilidade nesta questão.
O que está em causa não é ser contra ou a favor, o que está em causa é a forma como se quer, à força, ultrapassar o povo.
Se não querem de uma maneira levam de outra. Esta é a política do governo, que dia a dia é rejeitada pela população.
Lamenta-se este triste espectáculo ditatorial a que assistimos, episódio atrás de episódio, numa novela que parece não ter fim.
Nuno Almeida